Setor de cosméticos é o principal beneficiário da farra fiscal no RJ e L´Oreal é campeã das generosidades recebidas

Imagens acima são de uma cerimônia realizada no dia 04/09/2012 para celebrar a parceria entre o (des) governo do Rio de Janeiro e a L´Oreal.

Graças ao mandato do deputado estadual Eliomar Coelho (PSOL) acaba de ser identificado que o setor cosméticos foi o principal beneficiado da farra fiscal comandada pelos (des) governos de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, num total de R$ 1,5 bilhão, sendo que a multinacional francesa L´Oreal e suas associadas abocanharam quase R$ 1,0 bilhão!

Assim, não é à toa que a direção da L´Oreal pediu e obteve uma audiência com o (des) governador Luiz Fernando Pezão no dia 11 de Novembro para tratar supostamente a política de desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro (Aqui!). Eu fico imaginando como deve ter transcorrido a tal reunião, já que multinacionais não são de se reunir com (des) governantes para oferecerem medidas de auto-sacrifício.

De…

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A crise seletiva do Brasil: milhões de desempregados de um lado, milhares de novos milionários de outro

Quem leu uma matéria publicada pela sucursal do Rio de Janeiro do jornal Folha de São Paulo no dia 13 de Outubro descobriu que naquele momento (este número já deve ter aumentado até aqui), o número de trabalhadores brasileiros desempregados havia atingido o astronômico número de 22,7 milhões (Aqui!).

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Quem vê esse número de desempregados sai logo com a explicação: é a crise! E não culpo as pessoas que ingenuamente compram a ideia de que temos tantos desempregados por causa da situação que coloca o Brasil num panorama recessivo que faz parecer que voltamos ao início da década de 1980.  

Mas eis que ontem o insuspeito “ESTADO DE SÃO PAULO” publicou uma matéria assinada por seu correspondente internacional  Jamil Chade que relativiza o impacto da crise que estamos vivendo ao apresentar os resultados de um estudo do também insuspeito Credit Suisse que descobriu que o Brasil é um…

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Cabral: Lembranças tristes de uma promessa

Por Arnaldo V. Carvalho

Vou escrever de memória, sem pesquisa nem revisão.

Me lembro com muita nitidez e carinho do meu primeiro contato com Sergio Cabral. Eu era um jovem sonhador, e no recém-inaugurado shopping de minha cidade, havia um quiosque da rede “Albergue da Juventude” (Hostelling International). Nele, um folder muito simpático falava em tom pessoalista sobre a proposta, então inovadora em se tratando de Brasil, de hostel, hospedagens populares, marcadas pela simplicidade e alta interação entre os seus usuários. Quem assinava o folder era Cabral.

Com o Albergue da Juventude, conheci lugares e pessoas que amo, e durante meu tempo de sócio, recebi algumas cartas do Cabral. Que simpatia, que embaixador da juventude ele parecia ser.

Tempos depois, ele foi para o outro lado da linha da vida. Criou projetos para a terceira idade, igualmente entusiasmantes. Essa era a visibilidade que me chegava sobre o ex-governador.

Só daí a melancolia da queda já me bate.

Juntamos isso com o fato de ser filho de pessoas sempre muito bem quistas pela população (o compositor Sergio Cabral e a pedagoga e museóloga Magaly Cabral), e temos um boa-praça, que teria tudo para ajudar a transformar o Rio em coisa boa. Puxa, que pena Cabral, que pena! Que promessa você foi!

Aí veio a “política pesada”. Sempre envolvido com o PMDB, partido que “levou a melhor” no início da democracia Brasileira pós ditadura, foi ele crescendo, crescendo, crescendo… Virou governador. E apesar dos pesares, de uma certa menor atenção aos mais necessitados, de rumores para lá e para cá, Cabral trouxe umas ideias, e oportunidade para a tal boa transformação não faltou: Beltrame-UPPs, Copa, Rock’n Rio, Olimpíadas… Cabral teve participação em muita ideia boa… Não completou nenhuma, não brigou para que nenhuma fosse bem implantada (bem implantada, isto é, com seus impactos aproveitados para o que realmente é importante – e sobre isso escreverei amanhã, prometo).

Fico reprisando a história que vivi, e sem pesquisar, me pergunto: em que ponto ele “se foi”? Quando se perdeu? Quando deixou de ser apenas um convicto na iniciativa privada, na melhoria da zona sul, e passou a desviar dinheiro, a entrar em esquemas? Dizem que seu sogro é o grande monopolista do transporte de massa no Rio. Não vou conferir isso agora. Dizem muitos dizeres, e parte de tudo pode ser verdade ou não. Meu texto não é sobre isso. É sobre o fim da dignidade e como todo fim de dignidade me entristece.

Agora, lá está ele, em uma cela, humilhado, removido de sua condição plena de humano, pai, marido, filho. E o velho alberguista, triste como um filho que descobre da pior maneira que seu pai vale pouco. Só que sem surpresas… Estou velho demais para isso, e alienado de menos para tanto. Lá está Sergio Cabral Filho, saindo do mundo de ilusões de relógios e iates de bilionários, e entrando na cadeia-realidade.

Podia ter entrado para a história como um grande homem. Agora, possivelmente será só mais um no chafurdar da lama do Rio de Janeiro político atual.

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Arnaldo V. Carvalho é cidadão do Rio de Janeiro.