Arnaldo “de Barros”: haicais serelelepípedos

Arnaldo “de Barros”: haicais serelelepípedos

O vento mugiu feliz, ao atravessar o capim fresco.
(Arnaldo V. Carvalho)

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Em paz, o sol contemplou o pôr-da-humanidade.
(Arnaldo V. Carvalho)

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A formiga comprou uma cigarra, acendeu e seguiu trabalhando, certa de que o prometido inverno jamais lhe chegaria.
(Arnaldo V. Carvalho)

03/08/2021

Amo Manoel de Barros! E você? Gostou de algum nessa pequena homenagem? Repasse! Tens os seus? Coloque nos comentários!

Abraços, Arnaldo

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Arnaldo V. Carvalho

O que há comigo?

Há dez anos… “Ontem”…

Eu me conheci gostando

De música, riso, dança

 

E fui dançar – e dancei

Fui jogar, joguei

Meu corpo ágil a mover-se

Naquilo que eu me propunha

Sempre leve e animado

Pro que eu gosto. E gostava

Tanto e de tanta coisa

E o corpo respondia, bem

Dormia, bem digeria e assim

Vivia, sem metade da

Dor, sem entortar, sem

Parecer dois (ou três). A energia

Fluía pelo meu corpo,

E me permitia ser Eu. Ou

 

Será que eu é que com o tempo

Aprendi a não permitir ser o corpo

Em nome das preocupações inúteis

Que a matéria impõe?

Amor condicional

Um texto antigo, um narrador dramático (pois é, não faço só comédia ou infantil). Custei a postar por acreditar que um dia haverá apócrifos desse texto. 🙂 (Arnaldo)
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Por favor, não me ame.

Por favor, não me ame. Não caia no erro de me amar. Não me ame, porque vou errar, e você sofrerá com isso. E eu sofrerei.

Sofrerei por seu sofrimento, por vê-la sofrer, por me sentir responsável pelo sofrimento. Sofrerei se estiver arrependido, culpado por não poder voltar no tempo; sofrerei se pensar que o que fiz não deveria ser motivo de sofrimento, e assim, oscilarei entre a culpa e o sentimento de injustiça. O sofrimento será insuportável, e me roubará o brilho que o amor em ti despertou. Serei triste e vazio. Serei escuro.

Por favor, não me ame.

Porque seu amor condicional eu não quero.

Arnaldo V. Carvalho

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