Shiatsu, Butô e a longa dança da vida
Por Arnaldo V. Carvalho*
Há vinte anos, pude ajudar a cuidar, mesmo que por poucos meses, da saúde do Dr. Mario Negreiros, renomado endocrinologista de Niterói.
Havia passado por uma experiência de dança, e lá fui apresentado por sua filha ao Butô, a dança contemporânea japonesa, repleta de significado, expressão profunda, transpessoal, além da pequenez da alma do indivíduo, aproximado a energia cósmica que faz a dança celeste do infinito enamorar-se dos sutis e profundos anseios intraterrenos da mãe natureza de nosso planeta.
Hoje me deparo com a notícia do falecimento do pai da arte Butô, Kazuo Ohno, aos 103 anos.
Junto com ela, palavras de Ohno, a própria dança traduzida na limitação linguística que nos habita.
A dança que mexeu comigo há mais de vinte anos é passada como um filme dentro de mim… Todos os pas de deux que vivi, toda a dança que dancei para e pela vida, todo o Shiatsu que se efetua no Kanji da dança (Odori), afixado na parede de meu consultório (arte Shodo original da mestra Kazuko Hagiwara).
Sou dança. Sou shiatsu. Sou butô. Sou Cosmos.
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* Arnaldo V. Carvalho é professor de Shiatsu e faz dele seu Butô e seu Do.