Filhos: são da Vida.

Teus filhos não são teus filhos.

São filhos e filhas da Vida, anelando por si própria.

Vêm através de ti, mas não de ti,

E embora estejam contigo, a ti não pertencem.

Podes dar-lhes teu amor, mas não teus pensamentos,

Pois que eles têm seus pensamentos próprios.

Podes abrigar seus corpos, mas não suas almas.

Pois que suas almas residem na casa do amanhã, que não podes visitar sequer em sonhos.

Podes esforçar-te por te parecer com eles, mas não procures fazê-los semelhantes a ti,

Pois a vida não recua, e não se retarda no ontem.

Tu és o arco do qual teus filhos, como flechas vivas, são disparados

Que a tua inclinação, na mão do arqueiro, seja para a alegria.

Khalil Gibran (1883-1931)

Quem foi Kahlil Gibran? (6 de janeiro de 1883 – 10 de abril de 1931) –  Monitor do Oriente

O Amor é Envolvente

Antes que minha alma me falasse,

o amor, em mim, era como um fio sutil,

tenso entre dois ganchos.

Mas hoje o amor se tornou uma auréola, cujo início é o fim

e cujo fim é o começo.

Circunda cada ser e se estende lentamente

para abraças tudo o que vai existir,
O amor, como a morte

muda todas as coisas.

Kahlil Gibran (1833-1931)

O Tempo (Khalil Gibran)

E um astrônomo disse: “Mestre, que dizes do tempo?”

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“Gostaríeis de medir o tempo, o ilimitado e o incomensurável.

Gostaríeis de ajustar vosso comportamento e mesmo de reger o curso de vossas almas de acordo com as horas e as estações.

Do tempo, gostaríeis de fazer um rio, na margem do qual vos sentaríeis para observar correr as águas.

Contudo, o que em vós escapa ao tempo sabe que a vida também escapa ao tempo,

E sabe que ontem é apenas a recordação de hoje e amanhã, o sonho de hoje,

E que aquilo que canta e medita em vós continua a morar dentro daquele primeiro momento em que as estrelas foram semeadas no espaço.

Quem, dentre vós, não sente que seu poder de amar é ilimitado?

E, contudo, quem não sente esse amor, embora ilimitado, circunscrito dentro do seu próprio ser, e não se movendo de um pensamento amoroso a outro, e de uma ação amorosa a outra?

E não é o tempo, exatamente como o amor, indivisível e insondável?

Se, todavia, deveis dividir o tempo em estações, que cada estação envolva todas as outras estações,

E que vosso presente abrace o passado com nostalgia e o futuro com ânsia e carinho.”

Khalil Gibran (1883-1931)

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