O direito universal a produzir e contemplar

Blog do Castorp: Mia Couto - Falta de reza

(…) apenas para uma pequena minoria é possível combinar produção e contemplação. O mundo tem que ser virado do avesso para que esse direito de ação e introspecção seja privilégio de todos. Mas é preciso mais do que isso: é preciso interrogar essa ação e essa contemplação. Quando agimos é no interesse de quem? Na maior parte das vezes, agimos ao serviço de ditames sutis de um patrão invisível.
(Mia Couto, 1955-)

A falsa normalidade e o apogeu da alienação

O incêndio que mais me preocupa é da política ambiental e das ...

“(…) José Saramago falava dessa cegueira coletiva. As novas ditaduras já não precisam de ditadores. Usam-nos, depois de nos roubar a visão crítica do mundo. Ainda agora há apelos para voltar à normalidade (sair do isolamento social). A economia deve continuar, dizem. Mas que normalidade e que economia estamos a falar? Num país como Moçambique a aplicação cega das soluções implementadas em outros países seria um desastre social e humanitário de proporções gigantescas. A maior parte da nossa sociedade sobrevive na esfera da economia informal. Essa economia continua a ser invisível aos olhos dos governantes, ainda que ela ocupe a maioria da população”.

(Mia Couto, 1955-)

Tinha de ser Mia Couto!

Mia Couto – Wikipédia, a enciclopédia livre

“Nós quase nada sabemos sobre os vírus e as bactérias. E essas duas entidades são a base da própria vida. Dizemos que essas criaturas são invisíveis apenas porque nós não as podemos ver. Chamamos-lhe de micro-organismos. Custa-nos a admitir, mas quem controla a existência e a evolução da vida são essas criaturas ditas invisíveis. Não somos nós. Essas criaturas estão, nesse sentido, mais próximas de Deus do que nós”.
(Mia Couto, poeta e biólogo 1955-)